quinta-feira, 5 de agosto de 2010

...Lembranças...

Após passar a irritação, o cansaço e o desgaste de várias horas seguidas andando dentro de um ônibus, comecei a perceber tudo que estava a minha volta. Vi que não era apenas eu que sentia tudo isso, e que não teria direito algum de reclamar, já que estávamos todos numa mesma jornada. Assim comecei a abrir meus olhos a realmente o que acontecia ali dentro daquele automóvel enorme que está sendo a nossa casa. O ônibus que estamos viajando é aquele bem grande de dois andares, e eu e mais alguns amigos estamos instalados na parte de baixo, sendo que é mais próximo do chão e o sacolejar é menos intenso. Na passagem para o toalete, fica a porta por onde todos os passageiros adentram, e foi lá que me emocionei. Acabara de acordar logo após apenas umas poucas horas de sono, e me dirigi ao banheiro. Meio desligado de tudo que acontecia ao meu lado, fui até o local, fiz o que tinha que fazer e na saída me deparei com a vista maravilhosa de Mato Grosso. Mas não foi apenas a vista que passava rapidamente pelos meus olhos por aquele pequeno espaço na porta feita de vidro... foi a lembrança a que tudo me arremetia. Lembrei-me de quando criança, tempo em que havia o trem como meio de transporte. Ali na onde eu estava era a mesma sensação da porta de embarque para os vagões, por onde a paisagem tbm passava rapidamente por meus pequeninos olhos pelo vidro no alto da janela. Foi ali então que senti a euforia do meu eu quando criança que quando assentava na poltrona do trem ansiava a passagem do carrinho de lanche, para e deliciar com o simples, mas delicioso, pão com presunto e mussarela acompanhado das caçulinhas do famoso guaraná esportivo. Lembrei-me da admiração de passar por entre pontes e meio de vistas jamais vistas das rodovias, senti saudade de me sentar nos bancos que ficavam frente a frente, e da voltinha ao restaurante do trem. Lembrei-me o quanto era agarrado aos meus pais, citando um dia que acordei ao colo de uma senhora estranha que estava sentada, e meus pais estavam de pé devido a lotação deste maravilhoso meio de transporte; senti-me confuso e chorei, levantei-me aos tropeços e fui me enroscar as pernas de meus pais. hehehe...nesta época ainda passava por baixa das pernas deles. Era tudo tão maravilhoso... Voltei a mim, o ônibus em que realmente me encontrava havia parado, chegávamos ao hotel a nós destinados nesta longínqua cidade para no anoitecer trabalharmos... mas fica aqui... Minhas belas lembranças, que nunca voltarão, mas sempre farão parte da minha história!